sábado, 10 de maio de 2008

Polícia técnica: para que?

Todos os anos, milhares de casos de assassinatos, parecidos com o da menina Isabella acontecem no Brasil. Muitas vezes, os assassinos são julgados, ficando encarcerados três a quatro anos, e são soltos para recomeçar uma nova vida. Isso quando são realmente presos, pois, com a desculpa de ter um diploma de nível superior, homicidas de todos os níveis permanecem a ameaçar a nação.
Desde que me entendo por gente, e conheci a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprendi que as entidades humanitárias devem atuar na defesa de diferentes segmentos da população. No entanto, não é isso o que ocorre. Quando o assunto passa para o lado mais alto, ou o caso é solucionado rapidamente, por o assassino ser sem influência social, ou dificilmente o caso é solucionado, devido à pessoa acusada pelo crime, pertencer a uma classe social exclusivista. O povo brasileiro que o diga. Já se passaram trinta dias, com todas as provas em evidencia (?), e nada de prender os verdadeiros assassinos da menina Isabella.
Os dias estão passando, novas contradições são apresentadas, e os acusados (?) passeando de um lado para o outro pelas ruas de São Paulo. Isabella, assim como outras crianças vítimas de pessoas insanas, está morta, a vida para ela acabou, o mundo de sonhos foi enterrado junto com ela. E a justiça? Cadê a justiça? Vai ocultar, mais uma vez esse caso?
A população, assim como as mães dessas crianças chacinadas, está à espera de solução. A polêmica está no mais variado veículo de comunicação, mas sempre uma pessoa indaga: se fosse uma pessoa desfavorecida economicamente, não daria tanta repercussão. O assassino estaria aprisionado, pagando pelas conseqüências, ou estaria morto pela justiça das próprias mãos do povo. Pois, com os menos favorecidos é isso que ocorre. Quando acontece um crime nas periferias que o autor é descoberto, não tem advogado e nem perícia técnica que o tire da prisão. Mas, quando é um favorecido economicamente, aparecem de todos os lados várias contradições nas provas do assassinato.
Para que serve a Declaração Universal dos Direitos Humanos? Onde andam essas tais entidades, que atuam na defesa de diferentes seguimentos da população? Deixa pra lá! Nem mesmo a metade da população brasileira reconhece seus direitos, e nem mesmo sabem que existem entidades responsáveis pela sua defesa.
Acorda meu povo. Será que não merecemos igualdade social para todos? Vejam só, até para solucionar um assassinato, o que vale não é a vida das pessoas, e sim, a situação econômica do acusado em questão. Pois, quantos e quantos assassinatos acontecem por dia, e não vemos e nem ouvimos falar em polícia técnica? Claro, se é para resolver a questão do mais valia, arranja-se todos os tipos de tecnologias possíveis e deixa o processo rolar. Afinal, como diz a comediante do programa Zorra Total da Rede Globo: Eles estão pagando! Então, para que polícia técnica e tantas tecnologias, se infelizmente o caso não vai dar em nada?

Um comentário:

Ivan Leite disse...

A Polícia Técnica deveria estar sempre presente em todos os homicídios, desde o levantamento cadavérico no local do crime, colhendo evidencias, como na própria autópsia, levantando todos os dados que possam vir a provar a "causa mortis", e ter evidências conclusivas sobre o suspeito.
O que acontece, no Brasil é que se mata tanto e por tão pouco, e por motivos cada vez mais fúteis, que as pessoas chegaram ao ponto de não se importarem em como será o final do caso, salvo quando é um caso em que a mídia declara guerra contra os acusados (vide o caso Isabela,citado por vc e o tão comentado Caso João Hélio), aí sim se pode ver o que se pode fazer com uma Polícia Técnica competente, em que se tem que mostrar o resultado do seu trabalho.
Mas o mais grave porém, é o papel da Justiça, em quantos casos vc ouviu dizer que um Promotor de Justiça acompanhou de perto as investigações policiais?
Em quantos casos vc ouviu dizer que o Juiz ou o Desembargador, decidiram negar um Habeas Corpus, baseado no que a opinião pública pensa?
E mais grave: Em quantos casos vc ouviu dizer que o mesmo Desembargador, que antes acatou o pedido de Habeas Corpus, indeferiu um novo, apenas alguns dias depois?
Agora eu te pergunto e aos seus leitores:
INQUÉRITO PARA QUÊ??????
INVESTIGAÇÃO PARA QUÊ????????
MATAR PARA QUÊ????????

Rádio Educadora FM