segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Favela da Rocinha é ocupada pelo Bope

Foto retirada do site: O Povo online

A operação de ocupação da Favela da Rocinha, uma das maiores favelas do país, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, começou por volta das quatro horas desse domingo e foram utilizados 18 carros blindados, sete helicópteros e cerca de três mil agentes. Apesar da grande quantidade de óleo, barreiras de concretos e carros no meio da estrada utilizados pelos traficantes da área para dificultar a entrada do Bope (Batalhão de Operação Policiais Especiais), a ocupação foi realizada com sucesso e nenhum tiro foi disparado.

A Rocinha há décadas, passou a ser comandada pelo tráfico de drogas e, só hoje, a comunidade “respirou em paz”. De acordo com o Secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, a data de ocupação da favela foi avisada com antecedência para evitar transtorno à população, como aconteceu com a maioria das operações realizadas no Rio de Janeiro.

Segundo Beltrame, o trabalho ainda não tem data para acabar e mais de 160 homens da Choque permanecerão na Rocinha e nas outras duas localidades ocupadas – Vidigal e Chácara do Céu – até que a UPP (Unidade da Polícia Pacificadora) seja implantada.

Durante as 10 horas de atividade, a polícia contabilizou a apreensão de 112 kg de maconha, cerca de 20 motos roubadas, 11 fuzis, uma espingarda, uma metralhadora e materiais utilizados para a captação de TV a cabo. Além disso, o traficante Igor Tomás da Silva, 29, foi o primeiro criminoso a ser detido, minutos antes do início da ocupação da Rocinha. Igor tinha dois mandados de prisão e era foragido do sistema penitenciário carioca.

Para comemorar a operação, às 13h30m, foi realizada uma cerimônia de hasteamento das bandeiras do Brasil e Rio de Janeiro e dois helicópteros da Polícia Militar lançaram panfletos explicativos para os moradores no alto do Morro do Vidigal.

domingo, 11 de setembro de 2011

Análise do livro: Travessias - a adolescência em Novos Alagados

Por: Su Mendonça

Viver numa sociedade cuja desigualdade social impera, não é fácil. Ainda mais, quando se é pobre e morador de uma favela onde a violência reina e, se está passando por uma das fases mais confusas da vida – a adolescência.

No livro Travessias: a adolescência em Novos Alagados de José Eduardo Ferreira Santos, está exposta a história da vida de quatro adolescentes que sobreviveram ou não, em um contexto difícil, violento e cruel, num dos bairros mais carentes e populosos do Subúrbio Ferroviário de Salvador – Novos Alagados.

O autor em seu livro relata da maneira mais clara possível, não só a trajetória dos quatro adolescentes escolhidos, mas através desses, mostrou como milhares de adolescentes pobres do mundo inteiro, estão inseridos em uma situação de risco social, o que acaba encurtando o período de sobrevivência.

A maioria desses jovens, cujo são falados no livro, tem idade entre 15 à 18 anos, não tem família estruturada, moradias adequadas, nem comida e nem emprego para se manter. A escolaridade de seus pais é baixa e conseqüentemente a deles também, o que dificulta todo o processo de inclusão social.

José Eduardo além de mostrar como vivem esses adolescentes, procura definir a termo adolescência, relatando entre cada história a situação do bairro Novos Alagados antes da urbanização, como eram as moradias, fala sobre os projetos sociais e como eles ajudaram os adolescentes a se desenvolver profissionalmente e quanto ser social. Mas não é só isso, entre uma história e outra, também aparecem relatos de infâncias dura, tristes e que em meio às dificuldades, a esperança de uma vida digna e feliz.

O livro Travessias poderá proporcionar ao leitor uma viagem interessante e ao mesmo tempo desoladora pelo cotidiano dos habitantes e principalmente dos jovens moradores de Novos Alagados, que muitas vezes, não conseguem realizar um simples sonho – o de ter uma moradia digna e um trabalho, para ajudar no sustento da família, deixando de lado as fantasias e desejos próprios da idade, além de esquecer ou até mesmo, não sentir vontade de participar de uma das fases mais importantes na vida de uma pessoa, a iniciação dos estudos, para quem sabe um dia, ter a sorte de chegar a maior idade, já que a violência acaba vitimando-os.

Este livro, no entanto, poderá ser bastante útil às pessoas que estudam, pesquisam ou trabalham com adolescentes em situação de risco, como também, aos graduandos de várias áreas, principalmente, de jornalismo, não só pelo conteúdo exposto pelo autor, mas pela construção do livro, estrutura utilizada, metodologia, o resgate a história da localidade, como também, para quando começarem a escrever matérias ou textos sobre jovens em situação de risco, agir com mais cautela, sempre respeitando o próximo.


sábado, 10 de setembro de 2011

Você sabe o que é liberdade de expressão e liberdade de imprensa?

Liberdade de expressão - é um direito que o indivíduo tem de se expressar, ou seja, de falar ou expor opinião sobre qualquer assunto.

Liberdade de imprensa - é um direito que os profissionais inseridos nos veículos de comunicação, ou seja, os jornalistas, têm de fazer circular livremente as notícias, para manter a sociedade informada.

Agora responda: na sua opinião aqui no Brasil existe liberdade de expressão e liberdade de imprensa? Por que?

domingo, 4 de setembro de 2011

Parque São Bartolomeu

Cachoeira de Oxum/2007

Foto: Su Mendonça

Especial Parque São Bartolomeu
























Matérias divulgadas em 1977 e 1979, comprovam, através de fotografias e em seus textos, como o Parque São Bartolomeu era povoado pelos grupos de fiéis e visitantes da localidade.



sábado, 27 de agosto de 2011

Os Imaginários apresentam



Protocolo Lunar

Uma história de amor para todas as idades

Acontece amanhã, 28 de agosto, às 17 e 19h, a ultima apresentação da peça teatral "Protocolo Lunar: uma história de amor para todas as idades". O espetáculo com seriedade, brinca com bonecos, sons, imagens, poesias, animação e a imaginação, fazendo o espectador adulto relembrar sua infância e mexendo com o imaginário do público infantil.

Querendo assistir o Protocolo Lunar basta chegar 1h antes do espetáculo para pegar o ingresso no Teatro Martins Gonçalves no Vale do Canela em Salvador, mas corra, que além de você não pagar absolutamente nada, só é até esse domingo.




















































sábado, 20 de agosto de 2011

ESPECIAL: ELEMENTO X





Ganhei uma cópia do CD do Elemento X e fiquei encantada com as músicas. Olha, eu nem sou fã de rap! Mas, as letras que falam sobre as mazelas das periferias do Brasil e do povo negro e pobre me deixaram impressionada e arrepiada!
O grupo de rap Elemento X foi criado em 1996, composto pelo DJ Edílson, o rapper Gomez e o vocalista Dinho, que por motivos pessoais se afastou em 2003. O grupo se apresentou com grandes nomes do rap como Racionais MC’s, SNJ, Thaíde e Xis, como também, se fez presente em Brasília em frente ao Congresso Nacional, durante uma manifestação popular em 1998. Em outubro de 2000, o Elemento X lançou o CD Genocídio, voltando a se apresentar em Brasília e em outras cidades da Bahia. Em 2003 o grupo desapareceu, levando com eles a criatividade, o talento e as mensagens que tentavam conscientizar o povo da periferia sobre a situação dos becos e guetos.
No dia 13 de setembro do ano passado, o blog Dentro da Rede, publicou a volta do Elemento X com o lançamento do mais novo CD, mas, depois disso, não ouvimos falar mais nada sobre o grupo.
Onde anda o Elemento X? Cadê vocês meninos, seus fãs querem o grupo de volta! Dinho meu amigo, acho que você está se perdendo onde está, seu papel é transmitir a nação as mensagens concatenadas pelo grupo Elemento X.

Esperamos por vocês!


Fotografias: Blog  - Olha onde a favela chegou

Obs: Gostaria de agradecer a Paulo Brazil por postar um comentário me comunicando sobre a postagem sem os créditos nas fotografias. Desculpo-me aos donos pelo grande erro cometido.    

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Prévia do Livro-reportagem

Su Mendonça



Morada Sagrada

Histórias e Lembranças do Parque São Bartolomeu


Introdução

Com um passado de luta e resistência e um presente marcado pelo abandono e violência, ele persiste em cada galho de árvore existente em suas matas e nas águas que descem pelas pedras das sagradas cachoeiras. Esse lugar escondido, dentro do Subúrbio Ferroviário de Salvador, que já protegeu índios tupinambás, negros escravizados e soldados na batalha pela Independência da Bahia, pouco ou nada da sua memória é citada nos livros de história do Brasil.
Mesmo com tanta importância histórica, com o passar dos anos, o parque começou a ser invadido e destruído pelos supostos donos da terra e por pessoas vindas do interior do Estado, em busca de oportunidade de emprego e ascensão social. Mas, para muitos, não foi o que aconteceu. Morar nas cercanias do Parque São Bartolomeu para eles não foi fácil. A maioria das pessoas que habitam ou já habitaram o local começou a migrar para próximo ou dentro do sítio histórico, numa circunstância bastante precária.
O manguezal, na época composto de mato, lama e caranguejos, que dava sustento à maioria dos moradores do Subúrbio, foi invadido por essas famílias, que traziam apenas a força de vontade, pedaços de pau e madeira para a construção de seus barracos e a esperança de conseguir um emprego nas mediações do lugar, onde a economia não parava de crescer.
A região, a partir desse momento, passou a ser desmatada e os manguezais começaram a desaparecer. Os caranguejos, espécie habitantes dessa área, ficaram ameaçados, chegando até a serem encontrados facilmente pelas ruas e estradas construídas na época. Nesse período de expansão da localidade, o único espaço que se manteve preservado, por ser de difícil acesso, foi ele, o Parque Sagrado – o São Bartolomeu.
As únicas pessoas que ousavam visitar o Parque São Bartolomeu eram os representantes da cultura africana, para colocar suas oferendas para os Orixás e os poucos moradores da localidade, para pegar água. Com o passar dos anos, foi tombado como patrimônio histórico, pela Prefeitura Municipal de Salvador, para ser preservado e protegido das invasões futuras, mas, infelizmente, o poder público o abandonou e suas matas continuaram a serem invadidas. A situação ficou extrema - na época, até o escritor Jorge Amado escreveu uma carta para o prefeito Renan Baleeiro, pedindo que tomasse providência.
Agora, poucos se aventuram a invadir as matas do Parque São Bartolomeu, não por causa da proteção ambiental, mas pelo medo de chegar até o lugar. A violência, antes inexistente, a partir do final dos anos de 1980 passou a tomar conta da localidade e de seus habitantes. Se arriscar a ir lá, mesmo para os praticantes do candomblé, tornou-se difícil e assustador. Ainda diante de tudo, é visto por muitos como o local preferido para cultuar suas entidades sagradas.
Foi por isso que, depois de vinte e seis anos de convivência e ter presenciado as dificuldades e lutas existentes no Parque São Bartolomeu, que ousei relatar o conhecimento adquirido, através do dia a dia, entre os moradores do sítio, observações amadurecidas por meio das brincadeiras de crianças, buscas intensas do saber sobre o ambiente e, por fim, em atividades educacionais.
Em meados de 1999, através de um Curso de Monitoras de Creche, aprendi, numa aula sobre a História do Subúrbio Ferroviário de Salvador, ministrada pelo professor José Eduardo Ferreira Santos, a valorizar o lugar que, antes, me envergonhava de dizer que nele habitava por causa da violência, pobreza e descaso do poder público. Hoje, mais do que nunca valorizado por mim e por muitos moradores que descobriram sua riqueza histórica e natural, mesmo convivendo com o abandono do sítio, a degradação ambiental e, principalmente, a miséria - conseqüência gerada pela falta de compromisso com o social.
Neste livro, procuro mostrar como era o Parque São Bartolomeu entre os anos de 1970 e 1980 até tempos atuais, na visão dos moradores da comunidade. Como esses, aproximadamente, 1500 hectares de florestas, foram, no passado, importante campo de batalhas para a Independência não só da Bahia, como também do Brasil e, hoje, é cenário do esquecimento, ou seja, de um combate para a preservação do patrimônio, da cultura afro-brasileira e mais, da luta travada pelos seus moradores pela própria sobrevivência.
O objetivo presente não é expor a violência existente na região e, sim, permitir que a sociedade tome consciência de como o abandono e o descaso com o meio em que somos partícipes, geram conseqüências irreparáveis, não só na memória, mas na vida de milhares de pessoas que, sem direito a escolhas, sofrem com a intensidade da realidade sofrida. Assim, busco, através destas páginas, resgatar e avivar a memória da população sobre o passado histórico do Parque São Bartolomeu e sua riqueza natural, ambos esquecidos num mar de exclusão social.
Mas, além de mostrar à população os problemas citados, aqui ficam documentados relatos simples, ou talvez um pedido de socorro de um lugar e de uma comunidade que precisam ser lembrados, compreendidos e respeitados, não apenas pelos poderes públicos, e sim, por toda humanidade que se preocupa como estamos vivendo o hoje e, principalmente, de que forma viveremos o amanhã.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Caros leitores,


Gostaria de agradecer pelas visitas e comentários deixados ao longo da existência desse blog. Prometo que voltarei a postar meus textos e a responder seus comentários. Passei por uma fase difícil e havia deixado de escrever, mas estou disposta a reparar e recuperar esse tempo que ficou perdido durante um ano e, que agora acabo de reencontrar.


Agradeço mais uma vez pelo carinho,

Su Mendonça

Rádio Educadora FM