A operação de ocupação da Favela da Rocinha, uma das maiores favelas do país, localizada na Zona Sul do Rio de Janeiro, começou por volta das quatro horas desse domingo e foram utilizados 18 carros blindados, sete helicópteros e cerca de três mil agentes. Apesar da grande quantidade de óleo, barreiras de concretos e carros no meio da estrada utilizados pelos traficantes da área para dificultar a entrada do Bope (Batalhão de Operação Policiais Especiais), a ocupação foi realizada com sucesso e nenhum tiro foi disparado.
A Rocinha há décadas, passou a ser comandada pelo tráfico de drogas e, só hoje, a comunidade “respirou em paz”. De acordo com o Secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame, a data de ocupação da favela foi avisada com antecedência para evitar transtorno à população, como aconteceu com a maioria das operações realizadas no Rio de Janeiro.
Segundo Beltrame, o trabalho ainda não tem data para acabar e mais de 160 homens da Choque permanecerão na Rocinha e nas outras duas localidades ocupadas – Vidigal e Chácara do Céu – até que a UPP (Unidade da Polícia Pacificadora) seja implantada.
Durante as 10 horas de atividade, a polícia contabilizou a apreensão de 112 kg de maconha, cerca de 20 motos roubadas, 11 fuzis, uma espingarda, uma metralhadora e materiais utilizados para a captação de TV a cabo. Além disso, o traficante Igor Tomás da Silva, 29, foi o primeiro criminoso a ser detido, minutos antes do início da ocupação da Rocinha. Igor tinha dois mandados de prisão e era foragido do sistema penitenciário carioca.
Para comemorar a operação, às 13h30m, foi realizada uma cerimônia de hasteamento das bandeiras do Brasil e Rio de Janeiro e dois helicópteros da Polícia Militar lançaram panfletos explicativos para os moradores no alto do Morro do Vidigal.